segunda-feira, 28 de setembro de 2009

'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Imperdível para amantes da Língua Portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.
Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

domingo, 27 de setembro de 2009

Ser Professor

Ser Professor é ser artista,
malabarista,
pintor, escultor, doutor,
musicólogo, psicólogo…
É ser mãe, pai, irmã e avô,
é ser palhaço, estilhaço,
espantalho, bagaço…
é ser ciência, paciência…
É ser informação,
é ser ação.
É ser bússola, é ser farol.
É ser luz, é ser Sol.

Incompreendido?.... Muito
Defendido? Nunca.
O seu filho passou?
Claro, é um gênio.
Não passou?
O professor não ensinou.

Ser professor…
É um vício ou vocação?
É outra coisa…
É ter nas mãos o mundo de
Amanhã.
(autor desconhecido)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO

Quando…É jovem, não tem experiência.É velho, está superado.Não tem automóvel, é um coitado.Tem automóvel, chora de ‘barriga cheia’.Fala em voz alta, vive gritando.Fala em tom normal, ninguém escuta.Não falta às aulas, é um “Caxias”.Precisa faltar, é ‘turista’.Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.Não conversa, é um desligado.Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.Dá pouca matéria, não prepara os alunos.Brinca com a turma, é metido a engraçado.Não brinca com a turma, é um chato.Chama à atenção, é um grosso.Não chama à atenção, não sabe se impor.A prova é longa, não dá tempo.A prova é curta, tira as chances do aluno.Escreve muito, não explica.Explica muito, o caderno não tem nada.Fala corretamente, ninguém entende.Fala a ‘língua’ do aluno, não tem vocabulário.Exige, é rude.Elogia, é debochado.O aluno é reprovado, é perseguição.O aluno é aprovado, ‘deu mole’.É, o professor está sempre errado mas, sevocê conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!”

Avesso do professor

Os professores que mais me marcaram foram exatamente aqueles que não foram bons professores, os mais incompetentes. Por aí pode-se ter uma medida da importância do professor, da delicadeza que é ensinar uma pessoa. Tive um de geografia, aos 11 anos, de quem eu jamais me esquecerei. Ele dava aulas como se estivesse fazendo uma conferência em uma faculdade. Começava dizendo "Hoje nós vamos falar do Brasil" e aí falava, falava e falava do Brasil. Depois dizia "Vamos falar da idade da Terra", e blábláblá, só falava. Passava a aula de uma hora falando. Não nos dava a menor atenção. Por pura intuição, comecei a anotar o que ele falava. Fiz praticamente um caderno de geografia, aliás, vários cadernos, com aquilo que ele falava. Ele falava, eu ia tomando nota. Quando chegou a primeira prova -- com 11 anos você não tem muita ideia do que está acontecendo -- ninguém sabia nada. A única pessoa que tinha a matéria dada era eu. Os outros alunos perguntavam para ele "Mas professor, como é que eu estudo isso?". E ele falava "Nos livros, nos livros". Resolvi passar os meus cadernos para que os outros também pudessem estudar. Só muitos anos depois foi que percebi que aquilo era uma maneira de dar aula muito mais adulta do que deveria ser para um menino de 11 anos. Outro tipo de professor que me marcou muito foi aquele que guarda o conhecimento como se fosse uma ciência oculta, que tem o poder porque sabe e você não sabe. É o professor que tem o gosto de não ensinar o aluno. Foi com esse tipo que, pela primeira vez, eu tomei consciência de que o conhecimento é poder, que a informação é poder, porque ele dominava a classe através disso. Parece um paradoxo, mas é quase como se ele dissesse "Eu não estou aqui para ensinar vocês", um recado totalmente errado, que ele nos passava inconscientemente. Graças a Deus, a grande maioria dos professores que eu tive se dedicavam ao ensino. Professores como o de história do Colégio São Bento, quando eu tinha 8 anos, o professor Mesquita, que dava suas aulas desenhando histórias em quadrinho no quadro negro. Ele entrava no teu mundo para te ensinar. E todos nós éramos ótimos em história.

Jô Soares

domingo, 6 de setembro de 2009

SÓ NORDESTINO ENTENDE...

Botão é pitoco
Se é miúdo é pixotinho.
Se é resto é cotoco
Tudo que é bom é massa
Tudo que é ruim é peba
Rir dos outros é mangar
Se é franzino é Xôxo
Se é bobo é leso
O medroso chama-se Frouxo
Se está estranho Ta Tronxo
Sem dinheiro é Liso
Pernilongo é muriçoca
Entrar sem licença é emburacar
Sinal de espanto é Vôte
Se está folgado tá Folote
Sujeira no olho é remela
Gente insistente é pegajosa
Agonia é Aperreio
Meleca se chama Catota
Gases se chamam bufa
Mau cheiro de suor é inhaca
Se está chateado é Lundun
Mancha de pancada é Roncha
Palhaçada é Munganga
Desarrumado é malamanhado
Pessoa triste é borocoxô
Passear é bater perna
Estouro se chama pipôco
Confusão é Rolo
Que coisa é Oxente
Negocio é Troço

E assim mesmo visse?
Eita troço arretado é ser nordestino.