quarta-feira, 14 de outubro de 2009

SER PROFESSOR...

Lembro exatamente daquele dia em que ganhei da minha mãe um quadro negro pequeno em boa madeira como presente pelos meus 10 anos de idade. Ela me disse que a partir dali eu não precisava mais estar escrevendo nas paredes e calçadas da minha casa, lugar que tanto amava e que lá brincava todos os dias de ser professora. Se para tantos e tantas ser professor ou professora é motivo de pesar para mim foi e continua sendo motivo de viver, de aprender, de compartilhar, de descobrir-se fazendo, repensando, de lutar por um mundo melhor, convicta de que a realidade tomada como conteúdo e como referência são desafios para os fortes, para os que não se curvam e nem se vendem abandonando aquilo que considera valor fundamental " Ser humano". Neste caminhar que não se finda, ora me apoio, ora me debato, ora me alegro, me politizo mais ainda e só há justificativa para tudo isso, quando continuo afirmando meu desejo contituído "SOU EDUCADORA DE UM NOVO TEMPO". Por tudo isso, para cada professor e professora que ergue com coragem a bandeira da efetiva luta pela educação competente e séria neste nosso país meus aplausos ecoam e pelas palavras do saudoso Freire desejo que neste dia 15 de outubro sejamos todos e todas um continente de braços que se abraçam pela luta nossa de cada dia. Aqui começa meu abraço...
Vilma Candido


"Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.
Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação,
contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a
miséria na fartura.
Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo.
Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza.
Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela
some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não
luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo descuidado,
corre o risco de se amofinar e já não ser testemunho que deve ser de lutador
pertinaz, que cansa mas não desiste”.
Paulo Freire, mestre de todos nós.

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